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quarta-feira, 1 de junho de 2011

     Carlos Newton
     É interessante o comportamento das autoridades brasileiras, seja em que nível for, federal, estadual ou municipal. O Brasil aceitou sediar a Copa do Mundo e a Olimpíada, é claro que isso exigiria enormes investimentos no mais diversos setores. Ninguém agora poderia se mostrar surpreso com as responsabilidades de um evento desse porte.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, vem a público admitir a preocupação do governo com o cumprimento dos prazos das obras de infraestrutura para a Copa de 2014, salientando que os desafios no setor aeroportuário são urgentes, como se isso constituísse alguma novidade.
     A respeito da lentidão do governo federal no diagnóstico dos problemas do setor, a ministra reconhece que o ritmo não foi o desejado. “De fato, andou menos do que a gente gostaria”, diz, apontando como pontos mais críticos os aeroportos de Brasília (DF), Viracopos (Campinas-SP) e Guarulhos (SP), que receberão concessões administrativas para terminais de passageiros como forma de terem as ampliações concluídas a tempo para a Copa. “Em aeroportos, temos pressa e por isso acreditamos que fazer a concessão desses terminais, os mais críticos, vai nos dar as obras de que precisamos até dezembro de 2013.”
     Traduzindo o que ela disse aí em cima: a solução foi privatizar (palavra que, aliás, ele não pronunciou), o que significa o reconhecimento do fracasso do poder público como gestor, especialmente num governo cujos detentores que sempre se manifestaram contra as privatizações.
Segundo os critérios da Fifa, toda a infraestrutura do País que sedia a Copa do Mundo deveria estar pronta para ser testada na Copa das Confederações, que ocorre um ano antes da Copa do Mundo, ou seja, em 2013. Faltam dois anos. È claro que vamos passar vexame.
     E o pior é que estamos investindo pesado e descontroladamente para sediar uma Copa e uma Olimpíada, que são passageiras, consumindo preciosos recursos que poderiam estar sendo direcionados a outros setores bem mais importantes, como educação e saúde. Mas que autoridade se interessa por isso? Como todos já perceberam, o maior interesse que elas demonstram é pela liberação das licitações para a construção das obras, especialmente os estádios.

Vereador diz que ninguém sabe o que
 se faz na Agecopa com o dinheiro do povo
     “Isso é um descalabro. Uma falta de consideração para com a nossa Capital”, lamenta o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB), ao criticar o fato de alguns diretores da Agecopa, inclusive o presidente Éder de Moraes Dias, imaginarem que não precisam “prestar contas” a ninguém sobre o que fazem com dinheiro público, na Agência.
     Com isso o que ainda existia de paciência da Câmara de Cuiabá com a Agência de Execução das Obras d a Copa do Pantanal de 2014 (Agecopa) se esgotou, na sessão ordinária desta terça-feira (31/05), diante do que alguns parlamentares classificaram como “pouco caso para com a cidade”, diante de ausência de respostas práticas para as obras que não estão acontecendo.
     Diante desse “pouco caso”, o presidente da Casa, vereador Julio Pinheiro anunciou, na tribuna, que amanhã, quinta-feira (02/06), vai instalar a Comissão Especial de Acompanhamento das Obras da Copa do Mundo de 2014, requerida pelos vereadores Pastor Washington Barbosa (PRB) e Roosivelt Coelho (PSDB). A prioridade é acompanhar o andamento das obras. “O problema é justamente esse: ainda não temos obras, porque somente três tiveram início e são pelo menos 100 previstas”, pondera Júlio Pinheiro.
     “Infelizmente, os dirigentes da Agecopa, com raríssimas e honrosas exceções, sequer atendem aos telefonemas dos vereadores. Até parecem que vão realizar obras em Tóquio ou Pequim e não em Cuiabá, pois fazem questão de não prestar informações ao Poder Legislativo”, lamenta.
      Ainda na sessão desta terça-feira, vários vereadores reclamaram do que consideram descaso da Agecopa para com a Câmara Municipal. O vereador Chico 2000 (PR) lembrou quem, num contexto amplo, a Agecopa se esquece que Cuiabá possui 19 vereadores e exige respeito.
     Chico 200 cobrou as obras do ginásio poliesportivo Dom Aquino, previstas para se iniciaram em dezembro do ano passado. “Se a nossa população sair prejudicada com as intervenções, vão ter guerra. Ali temos galo de briga e não aceitamos imposições”, critica Chico 2000.
     Já o vereador Pastor Washington Barbosa (PRB) citou uma reportagem em que o presidente da Agecopa, Éder Moraes, diz que estuda a criação de novos cargos de confiança na autarquia. “Pelo menos nesse quesito, a Agecopa está bem: servindo de ‘cabide de emprego’ para apadrinhados”, ironizou o pastor.
Washington também colocou que das 100 obras de mobilidade previstas para a capital, apenas três iniciaram. “Após a instalação desta comissão, vamos requerer passo a passo o que esta Agecopa está fazendo em Cuiabá”, afirmou. (Assessoria: Adrielle Piovezan e Ronaldo Pacheco)

Rapidinhas
PRESTANDO MAIS SERVIÇOSOutra referência ao ex-presidente da República: Sarney  começou a convencer os senadores do PMDB da necessidade de não aprovarem a anistia aos desmatadores, constante do projeto de novo Código Florestal aprovado pela Câmara. Mais um serviço prestado ao governo Dilma Rousseff, a ser fatalmente seguido por novas compensações. O tema será debatido no almoço de hoje, no palácio da Alvorada, oferecido à bancada pela presidente da República. Ainda existem senadores peemedebistas favoráveis à aprovação do texto tal qual foi votado pelos deputados, mas como os debates ficarão para o segundo semestre, o palácio do Planalto continua confiando no seu maior aliado.
QUEM GANHA E QUEM PERDE?O Banco Central determinou que a partir de hoje será  de 15% o pagamento mínimo dos débitos com cartões de crédito, não maiôs de 10%. E a partir de dezembro o percentual sobe para 20%.

Ganham os mesmos de sempre, isto é, os bancos. Perde o cidadão comum, que já estava no sufoco e  precisou apelar para pagar aos poucos os gastos com seu  cartão  de crédito. O pior nessa história é a inexistência de mecanismos para o indigitado devedor apelar. Falou o Banco Central, está falado. Para alegria dos banqueiros que passarão a amealhar mais recursos capazes de justificar o aumento de seus lucros.
FALTA CORAGEMOntem transcorreu o Dia Mundial Contra o Fumo e as fábricas de cigarro decidiram passar da defesa ao ataque. Os jornais abrigaram páginas inteiras de anúncios em que os produtores de fumaça levantam a liberdade como o maior dos bens da Humanidade. De forma sutil, pedem que ao  cidadão  maior de idade  seja dada a opção de intoxicar-se ou não. 
Em toda essa tertúlia sobressaem  a discriminação e a perseguição aos fumantes, sem que a sociedade tenha coragem de atacar o  mal pela  raiz.  Se cigarro mata e é responsável por bilhões gastos todos os anos no atendimento à saúde dos que fumam, adianta muito pouco proibir fumar no Central Park, em Nova York ou nos edifícios da avenida  Paulista. Por que não fecham as fábricas de cigarro? Respostas variadas  se acumulam: porque elas anunciam, porque elas recolhem impostos, porque elas contribuem para as campanhas políticas, porque elas criam empregos, porque elas sustentam as plantações de fumo, porque… 
Não seria a hora de deixarem os fumantes em paz?

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