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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Vicente Limongi Netto
     A propósito da nova Lei da Mordaça, aprovada na Câmara e seguindo agora para o Senado, discordo do jornalista Ricardo Pedreira e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, quando dizem que os jornalistas têm obrigação de divulgar a informação que recebe. Manda a regra básica, embora muitos não a sigam, que antes de mais nada a informação precisa ser checada e bem apurada.
     A má-fé, a calúnia e os interesses contrariados também chegam ao repórter com a forte impressão de notícia limpa e sensacional. Nesta linha, a imprensa brasileira já cometeu enganos que prejudicaram a vida de pessoas e de instituições. O vazamento de informações e sua apressada divulgação também podem levar o repórter a cometer erros insanáveis.


Carlos Newton
     É impressionante a falta de conhecimento dos ambientalistas que criticam o projeto de reforma do Código Florestal, incluindo a própria presidente Dilma Rousseff, que está sempre ameaçando vetar a proposta, caso haja anistia aos desmatadores, um dos argumentos mais usados pelos ecoólatras e ecochatos que se opõem ao projeto.
Não adianta o relator na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), viver repetindo que não existe anistia, porque a ladainha continua. Por isso, a respeito da proposta aprovada na Câmara, Rebelo está denunciando que “os ambientalistas criam mitos para não discutir o essencial”,.
     Submetido a permanente pressão, o deputado do PCdoB não pode ver um microfone que vai logo negando que seu parecer tenha inovado e concedido anistia a desmatadores. “Isso não existe. O que existe é a suspensão das multas, uma possibilidade já prevista num decreto federal assinado em 2008 pelo presidente Lula. Na proposta do Código, apenas reproduzi os mesmos termos do decreto. Isso não abrange desmatamento em área pública, grilagem nem contrabando de madeira”, assinala Rebelo, acrescentando que as regras atuais colocam “99% dos agricultores na ilegalidade”.
     O relator explica que suspender a multa não significa anistiá-la. E a suspensão da multa é apenas para aquele agricultor que está irregular com reserva legal e APP [Área de Preservação Permanente]. Em vez de anistia, vai ter a multa suspensa. Se não se regularizar, não averbar a reserva legal, voltará a pagar a multa.
A seu ver, a política de multas é de país atrasado e que não tem uma legislação que funcione. “Não é exemplo para país nenhum viver de multar e autuar. Não podemos viver como europeus e americanos, que têm reserva legal zero, mas também não podemos inviabilizar a agricultura por conta de exigências que nenhum outro país do mundo tem”, adverte.
     Rebelo afirma que, quando faz uma nova legislação, o Brasil sempre se debate entre duas opções: uma lei que ninguém cumpre porque não precisa, outra que ninguém cumpre porque não tem como. É preciso uma lei que as pessoas possam cumprir.
Crônica 
     Intempestivamente, num desses finais de tarde, resolvi sentar num banco do Jardim Alencastro. Naquele que fica de frente para a lateral da Catedral Metropolitana de Cuiabá, tambem conhecida como Matriz de Cuiabá. E ali fiquei; observando gente que passava, vendedores de picolé, pão caseiro, cds, pipoca, água de coco, enroladinhos de diferentes qualidades e sabores. Ao fundo escutava os argumentos do vendedor de raizes para convencer compradores. Um verdadeiro artista. Marquei no relógio. Falou mais de uma hora sem parar.
     E continuei sentado, envolvido com os pombos comendo resto de pipocas jogado ao chão. Sou abordado pela equipe de reportagem do programa Resumo do dia, apresentado por Roberto França. O pessoal quer saber a minha opinião a respeito do telefone celular, se causa ou não cancer no ouvido. No meu modo de entender, o que causa câncer no ouvido é mulher ficar falando na orelha do marido quando ele acorda ou vai deitar.
     Do meu lado dois antigos cuiabanos lembrando do Bar do Chico Jorge, dos bailes no Grande Hotel, do Bar Pinheiro, Bar do Bugre e da petisqueira na rua do Meio. Um deles não acredita que a nova Arena de Cuiabá, o antigo Verdão, não vai terminar no tempo exigido, no tempo certo. E outro larga a sua opinião: antes de começar já estão roubando.
     Por falar em Verdão, conheci uma pessoa que tem um documentário completo sobre o Verdão, desde o lançamento da pedra fundamental, até a derrubado do último tijolo, agora. O Verdão, ou Estádio José fragelli, vai ficar na história, bem ou mal contada.
     Ah! Pois é, ali sentado, eu fico vendo mendigos, crianças drogadas e todo tipo de submundo da vida passando de lá prá cá. O dinheiro gasto com a destruição do Verdão poderia arrumar a vida de muitos deles, diz um senhor, mas, os “politicos e governantes” não vêem dessa maneira. O que está para se fazer.
      Pois é, dizia o senhor do lado: a Agecopa está contratando mais gente. Só parentes de políticos. E o outro solta esta: “lá só tem garota xuxu”.
    E a conversa entre os dois continua: “você viu o Riva chamar o Estado de incompetente?” Sujo querendo falar de mal lavado – diz outro. Mas, infelizmente, eu tenho que ir embora. Até qualquer hora dessa.
  Não esqueça, sou blogueiro, também,(www.jefernandesanotaecomenta.blogspot.com).
(Jê Fernandes, jornalista, radialista, poeta, cronista, contista, conversador fiado nas horas vagas e, o que mais? Ah! Doméstico. E-mail: gntfjornal@gmail.com

Sentado no banco da praça

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