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domingo, 19 de junho de 2011

Manchetes deste domingo (19)
Igreja Universal continua destinando recursos dos fiéis para manter a TV Record, valendo-se de brechas na legislação tributária que jamais são bloqueadas.

Crônica
Gente amiga longe da gente

MPF acusa esposa de desembargador
     Essa é a manchete principal do jornal “Diário de Cuiabá”. Essa notícia ganhou, durante a semana,  as primeiras páginas dos principais jornais da cidade e de alguns saites não comprometidos. Trata-se da denúncia do Ministério Público Federal em cima de alguns magistrados, advogados, políticos e algumas “raias miúdas”. Mas, ao final de tudo isso, anote ai, nao vai daqr em nada, como acontece neste Brasil varonil.
Associação defende magistrados acusados
O Presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Nelson Calandra aposta na inocência de colegas no caso Maçonaria, critica operação Asafe e reprova o CNJ

     Essa é a outra manchete de primeira página do “Diário de Cuiabá”. Precisa dizer mais alguma coisa do que já vem sendo dito: no Brasil cadeia é para pobre e....Eles se entendem
ACERTO DE CONTAS
Bombeiro executado em VG
     O jornal A Gazeta prefeiu abrir a manchete  de primeira página com essa notícia policial . Em matéria de segurança, no Estado, não se pode dizer coisa boa. O governo Silval Brabosa está investindo em outras coisas que lhe possam dar mais visibilidade administrativa. Por exemplo... Por exemplo.... Por exemplo...
    O jornal a Gazeta deixou para a segunda manchete mais importante da edição deste domingo a notícia sobre a Marcha da Liberrdade, em Cuiabá. Não foi um verdadeiro sucesso a marcha, mas como foi inédita. Valeu!

Desvio de milho põem Porto Seco na mira da policia.
     Já a Folha do Estado prefeiu abrir manchete de primeira página com a notícia sobre “desvio de milho em Porto Seco”. E depois falar sobre a “Marcha da Liberdade”. Estão desviando tanta coisa neste Brasil....
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Igreja Universal continua destinando recursos dos fiéis para manter a TV Record, valendo-se de brechas na legislação tributária que jamais são bloqueadas.
     O Brasil ainda tem de caminhar muito até ser considerado democrático, civilizado e transparente. Veja-se o caso da hoje poderosa TV Record. Começou com uma pequena rede de emissoras, praticamente falidas, com uma programação desprezível e sem audiência. O dinheiro para comprá-la foi inteiramente doado pela Igreja Universal do Reino de Deus, todos sabem, isso é público e notório.
     Foi até aberto um processo judicial questionando esse relacionamento espúrio entre religião e comunicação, via concessão federal, e o resultado foi espantoso: o Superior Tribunal de Justiça declarou que foi legal, lícita e legítima a compra da rede de televisão, embora tenha sido feita com dinheiros dos fiéis, para beneficiar o líder, bispo Edir Macedo, que é o dono das emissoras, com parcerias de parentes e amigos, como o também bispo Marcelo Crivella.
     Como se sabe, as igrejas de qualquer culto têm imunidade tributária garantida pela Constituição Federal. O artigo 150 proíbe aos estados, municípios e governo federal a instituição de impostos sobre “templos de qualquer custo”. De acordo com o parágrafo 4º desse artigo, essa imunidade alcança o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dos templos.
     Esse benefício foi instituído para assegurar a liberdade de crença e o livre exercício de cultos religiosos, mas acabou sendo utilizado para fazer a fortuna de exploradores da fé, sem que as autoridades movessem uma palha para impedir essa contrafação. Aí passou a valer tudo.
     Recente reportagem da Folha de S. Paulo revela que a Igreja Universal do Reino de Deus continua mantendo a Record e injetou R$ 482 milhões na TV apenas no ano passado. O valor representa 25% do faturamento da emissora e se refere ao aluguel pela Igreja Universal — uma das maiores seitas pentecostais do Brasil com cerca de 2 mil templos no país e no exterior — de seis horas diárias da programação da Record.
     De acordo com a reportagem, os valores injetados na Record pela igreja do bispo Edir Macedo foram detectados por meio de um cruzamento de dados feito a partir do balanço anual da Record e de informações fornecidas pelo mercado publicitário. Nesse balanço, publicado no Diário Oficial Empresarial, em 31 de maio, a Record informa em uma das notas técnicas que conta com parcerias fixas e clientes que lhe fornecem uma receita mensal fixa, sem identificar quem são esses clientes e qual o valor desses contratos. Tudo muito nebuloso.

Crônica
Gente amiga longe da gente
     Há momentos em que na pausa de um capítulo para o outro de qualquer livro que estou lendo – agora estou lendo “Anarquistas e Comunistas no Brasil”, de John W.F.  – vem à minha mente lembranças de gente amiga e colega com quem convivi. Alguns já morreram, outros nem sei por onde andam. E até dos que estão por ai, zanzando em cima de histórias vividas.       
    São tantos, inúmeros. Eu me sinto feliz. Como eu fiz amigos por este mundo afora...Isso me faz chorar e sorrir....
     Com a internet; com o e-mail me vem a notícia de que Zé Mundinho, mineiro metido a carioca, está bem vivo, lá do outro lado do mundo, vivendo em Moscou. Ele foi via Chile, Cuba, França e chegou à Universidade Patrice Lumumba. Ele foi. Eu sonhei! Ganhamos bolsa de estudo juntos.
     E ai me vem as lembranças de tudo que fizemos juntos. Taí a Tainara que não me deixa mentir. Éramos da turma do Largo do Machado. Isso no inicio dos anos sessenta.
     Não sei por onde anda Heleitha. Foi ela quem me ensinou muito sobre a fidelidade aos princípios que a gente acredita e segue, sem teorias mirabolantes, nem fantasias carnavalescas. Com ela aprendi as variáveis teóricas do homem, assim como, a fragilidade e a influência que ele pode sofrer diante das suas necessidades. Ela conseguiu fazer eu sentir e ver, como  homem, que todos somos iguais, diferentes são os desiguais. E por tudo isso você foi eleita como amiga inesquecível. E choro...sorrio. Ah! Tempo. Ah! Vida.
     São mais. São tantos.  Lizir, Riolando, Neto Rico, Cadete, Nélio Tilapia, Léa Capuano e mais e, mais. Quem sabe um dia a gente encontra por ai. Tenho certeza que vai ser aquela festa. Festa não! A gente não está mais pra isso. O tempo passou. E a gente já não é como a gente daquela época. Mas, vamos conversar, quem sabe os nossos sonhos se realizam, agora e para sempre.
     Enquanto isso não acontece, o melhor que se faz é recordar, é lembrar como se estivesse vivendo àqueles momentos. Claro, sempre entre um capítulo e outro da vida de cada um. E não confundir o sonho com a realidade. No sonho a gente faz o que quer, com a realidade, não. Assim eu acredito...
      (Jê Fernandes, jornalista, radialista, poeta, cronista, contista, conversador fiado nas horas vagas e, o que mais? Ah! Doméstico. E-mail: gntfjornal@gmail.com,/ Blog: (www.jefernandesanotaecomenta.blogspot.com).

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