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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Carlos Newton
Confiante na impunidade, o então candidato ao governo de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), declarou à Justiça Eleitoral que em 2009, quando ainda era vice-governador, comprou4.225 hectaresdo cacique da etnia terena Cirênio Reginaldo Francisco. A propriedade foi o mais valioso bem informado por Silval à Justiça Eleitoral em 2010: R$ 600 mil, equivalente a 30% de seu patrimônio.
Mas acontece que a tribo Terena não reconhece a transação, que o agora governador Silval diz ter formalizado com o cacique Cirênio para pagamentoem parcelas. A Justiça Federal de Mato Grosso então emitiu ordem de busca e apreensão de documentos em dois cartórios de Peixoto de Azevedo para investigar esta estranha e insólita negociação de terras entre o então vice-governador do Estado e um cacique indígena, segundo reportagem de Rodrigo Vargas, na Folha de S. Paulo.
No Cartório de Imóveis de Peixoto de Azevedo, a negociação está registrada no dia 29 de junho de 2009. Cirênio diz que só ficou sabendo do negócio em 2010, quando o TSE divulgou as listas de bens dos candidatos. “Fiquei surpreso. E não somente eu. Os comerciantes vieram nos cobrar dívidas.”
Três dias antes do registro da negociação, por coincidência, é claro, Silval Barbosa foi a um ato político na mesma cidade. O ponto alto foi o anúncio da transferência para o Estado da titularidade da Gleba Jarinã. As áreas adquiridas ficam na mesma gleba, também por coincidência.
Num vídeo gravado por um jornalista no último dia 9 e entregue ao Ministério Público Federal, o cacique diz que jamais fez qualquer negócio com Silval: “Na dependência que nós estamos de dinheiro na nossa aldeia, se tivéssemos recebido R$ 600 mil, nossa situação estaria muito melhor”, diz ele.
No vídeo, o cacique relata que tentou contato com o governador em janeiro deste ano. Ainda por coincidência, lógico, em fevereiro o mesmo cartório registrou um “distrato” de compra e venda, no qual o governador supostamente devolveu as terras ao índio.
“Não sei quem fez isso”, diz o índio”, que não reconhece suas assinaturas. As terras foram registradas em seu nome em 2003. No vídeo, ele diz que a operação foi sugerida e conduzida por um agrônomo da Funai e agentes do Incra.
“É forte, portanto, a suspeita de que o imóvel em questão tenha sido objeto de grilagem de terras federais”, afirma o Ministério Público no pedido de apreensão de documentos do governador.
Como era de se esperar, a defesa do governador nega relação entre os eventos. “São áreas distintas”, diz o advogado Francisco Faiad, acrescentando que as terras foram oferecidas por um “intermediário” e Silval pagou apenas a 1ª parcela: R$ 200 mil. “Como a situação não avançou em 2010, desfez o negócio.”
Faiad diz ainda que as escrituras foram “devidamente assinadas”. “Não houve nenhum negócio espúrio ou escondido”, garante, firme na defesa de uma negociação que é totalmente indefensável.
A CULPA É DO ÍNDIO, É CLARO
O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, declara-se vítima de fraude no episódio da compra de uma área de4.235 hectaresregistrada em nome de um cacique da etnia terena, no município de Peixoto de Azevedo, a700 kmde Cuiabá.
Em nota encaminhada à imprensa, diz ter sido procurado por um corretor de imóveis que lhe ofereceu a área, que segundo ele seria usada como reserva legal.
“Após a realização do negócio, Silval descobriu [em 2010] que tinha sido vítima de uma fraude aplicada pelo vendedor com a conivência do notário local. Por isso, não foi tomar posse do imóvel e suspendeu o pagamento das parcelas ajustadas”, diz a nota.
Segundo o governador, “além de constatar que o documento era irregular, descobriu que o vendedor não era agricultor como constava na escritura”.
“Silval Barbosa é, portanto, adquirente de boa fé, pois o documento oferecido tinha fé pública de um cartório de registro de imóveis, sendo inclusive declarado em seu imposto de renda. Descobriu a fraude, não tomou posse do imóvel e fez o distrato que foi assinado pelo vendedor.”
Cirênio Reginaldo, o cacique terena que nega participação no negócio, estaria, segundo o governador, tentando “livrar-se da responsabilidade pelo ato”.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Saiba o que significa
Significado de Concessão
s.f. Ato de conceder; permissão, condescendência.
Privilégio, direito que se obtém do Estado, para exploração
de riquezas minerais do subsolo, de serviços públicos etc.
“Caso seja concedida liminar, a Promotoria pede multa diária de R$ 10 mil para a concessão dos leitos. Folha de São Paulo, 10/08/2011
“Conforme anunciado no ano passado, o grupo chinês CR Zongshen vai inaugurar a primeira fábrica de motocicletas elétricas no Brasil, no município de Sapucaia, no Rio de Janeiro, área de concessão da distribuidora de energia da Light. Folha de São Paulo, 08/08/2011
Significado de Privatizar
v.t. Proceder à privatização de.
     “Os fundos estatais compraram as ações da Oi no leilão de privatização da Telebrás, em 1998, de forma indireta, através de uma empresa de participações chamada Fiago. A Fiago está sendo dissolvida para que eles se tornem acionistas diretos da Telemar e possam assinar o acordo de acionistas. Folha de São Paulo, 10/07/2009
    “Em abril passado, a Procuradoria decidiu fechar outro caso de tráfico de influência contra Olmert, daquela vez sobre as suspeitas de que tinha ajudado um empresário amigo dele, o australiano Frank Lowy, durante a privatização do Banco Leumi, um dos principais de Israel. Folha de São Paulo, 20/07/2009
PSD na parada eleitoral
     Ao que tudo indica o PSD, em Mato Grosso, está de braços dados com o Ministério Público Eleitoral que deu parecer favorável à criação do partido, em Mato Grosso.       
     Conforme o parecer do procurador Tiago Lemos, o número de assinaturas conquistadas pelos fundadores a apoiadores do partido supera, e muito, o percentual exigido pela legislação. Além disso, o procurador não aceitou os dois pedidos de impugnação da nova sigla feitos pelo DEM e PTB.
     Na verdade o PSD, aqui em Mato Grosso, nada mais é que uma parte dos “amigos de José Riva” PP tem 18 deputados com ‘folha corrida’
A “folha corrida” da bancada do PP, como dissera o ministro Mário Negromonte, é, de fato, extensa: 18 de seus 41 deputados são ou foram réus, entre eles Paulo Maluf, acusado de lavagem de dinheiro
Caso do vídeo do ‘estrebucha’
já tem dez PMs identificados
A PM anunciou já ter identificado dez policiais envolvidos na cena de agonia de dois suspeitos baleados, gravada em vídeo e revelada pela Folha.com.
“Estrebucha, filho da puta”, diz um dos PMs para o homem caído, que morreu. O outro ferido foi ouvido ontem pelo grupo que investiga o caso.
57% dos alunos do 3º ano não sabem ver a hora
A Prova ABC, aplicada em 250 escolas sorteadas, indica que 57% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental não sabem calcular o troco. O teste de matemática mostra dificuldade de ver as horas. Na rede pública o desempenho foi pior do que na particular.
Entre alunos de 8 anos, metade não sabe o mínimo
Crianças encerram ciclo de alfabetização sem conhecer básico em leitura e matemática, mostra teste nacional
Metade das crianças brasileiras que concluíram o 3º ano (antiga 2ª série) em escolas públicas e privadas nas capitais brasileiras não aprendeu os conteúdos esperados para esse nível de ensino. É o que mostram os resultados da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), que foram divulgados ontem. Cerca de 44% dos alunos não têm os conhecimentos necessários em leitura, 46%, em escrita, e 57% em matemática. Isso significa que, aos 8 anos, elas não entendem para que serve a pontuação; não compreendem o humor expresso em um texto; não sabem ler horas e minutos em um relógio digital e calcular operações envolvendo intervalos de tempo; e não reconhecem os centímetros como medida de comprimento. “Estamos produzindo crianças escolarizadas que são analfabetas”, disse Gladys Rocha, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
Resultados são ruins mesmo no Sul do PaísOs dados da Prova ABC mostram que há redes públicas de algumas regiões do País nas quais menos de um terço dos estudantes aprenderam o mínimo. É o caso da Região Norte, onde apenas 21,9% dos alunos das escolas estaduais e municipais cumpriram a expectativa de aprendizado em matemática. Mesmo a Região Sul, que apresenta a melhor taxa, ainda tem um número baixo: 55% dos alunos aprenderam os conteúdos.
Polêmica: Deputado quer bebida no porta-malas
Lei aprovada em comissão da Câmara prevê multa de R$ 191 para quem levar cerveja, vinhos e outros tipos de produtos alcoólicos na cabine dos carros. Especialista diz que o projeto é inconstitucional.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Globo de hoje traz como matéria especial a seguinte manchete:
Briga entre ‘safado’ e ‘débil mental’
Os senadores Humberto Costa, líder do PT, e Mário Couto (PSDB) quase trocaram tapas ontem, durante bate-boca sobre corrupção que começou na tribuna e acabou no cafezinho. O petista xingou o tucano de débil mental e foi chamado de safado. Será que os dois são só safados e débeis mentais? Responda-me?

O tempo dirá.
Será que o VLT será implantado?
A notícia que se tem nas primeiras páginas dos principais jornais de Mato Grosso, desta quinta feira, é que “O governo de Mato Grosso recebeu o aval da presidente Dilma Rousseff para implantar em Cuiabá e Várzea Grande o Veículo Leve sobre Trilhos
Mas, é bom lembrar que Silval Barbosa, segundo matéria da sua assessoria, só conseguiu autorização do governo Federal para encaminhar o projeto da construção do Veículo Leve sobre os Trilhos (VLT) à Caixa Econômica Federal (CEF), que vai reavaliar e fazer uma consulta técnica para quantificar os investimentos necessários para que o modal seja construído na Capital, visando a Copa do Mundo de 2014.
Em assim sendo, pode se dizer que tudo ainda está por começar, até mesmo a elabotação do projeto.Isso significa dizer que é uma corrida contra o tempo e, ai então, é que está o problema: VLT ou VDN (vai dar em nada)

Turismo: Dinheiro da Copa para entidades sob suspeita
Em Mato Grosso dinheiro da Copa vai para Sec. Turismo
Investigados pelo Ministério Público Federal, o Instituto Brasileiro de Hospedagem e o Instituto Centro-Brasileiro de Cultura têm convênios de R$ 18,9 milhões para qualificação de trabalhadores. A assessoria do ministro Pedro Novais afirmou que todos os contratos assinados serão revistos.

Ainda falta democracia nos partidos
Levantamento obtido pelo jornal Valor Econômico de hoje mostra que PT e PMDB são os partidos com mais democracia interna, por apresentarem as menores taxas de comissões provisórias nos mais de 5 mil municípios onde estão organizados. As comissões provisórias, que podem ser dissolvidas a qualquer momento, ao menor sinal de rebeldia, são o principal instrumento de controle de caciques políticos sobre partidos médios e pequenos, independentemente de ideologias.
Entre os menos democráticos, com até 99% de comissões provisórias, figuram PP, PR e PTB até PDT, PSB e PV - o presidente do PV, José Luiz Penna, conseguiu derrotar Marina Silva no partido mesmo depois que a ex-senadora obteve quase 20 milhões de votos na eleição presidencial. PSDB, DEM e PCdoB estão no bloco intermediário. Muito interessante essa pesquisa publicada pelo Valor Econômico, mas será que só falta democracia nos partidos. Dá uma reparrada neste Brasil varonil.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Assassinato de juíza perto de ser elucidado
Do jornalista Auro Ida ainda nada a dizer
Depois de o Comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro admitir a participação de PMs na morte da juíza Patrícia Acioli, fuzilada no dia 12 deste mês com 21 tiros, o Conselho Nacional de Justiça informa ter pistas sobre a autoria do crime e promete revelar informações em breve.
O deputado Romário (PSB-RJ) fez o seguinte discurso na Câmara, em Brasilia:
Senhor Presidente,
Nobres colegas,
Quem me conhece, quem acompanha minha atuação como parlamentar, sabe que eu, como milhões de brasileiros, estou na torcida para que o país realize da melhor maneira possível a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
É por isso, inclusive, que tenho demonstrado preocupação e cobrado publicamente explicações das autoridades para os atrasos nos preparativos para esses eventos.
Por outro lado, assim como vários colegas da Comissão de Turismo e Desporto, tenho procurado chamar a atenção para a necessidade de que esse processo seja conduzido com absoluta transparência, com espírito cívico, e também para que não deixemos em momento algum de ter em mente o legado desses eventos esportivos, isto é, o que vai ficar para a nossa população depois que o circo for embora.
Por isso, Senhor Presidente, é que venho acompanhando com apreensão as notícias sobre o modo como têm sido realizadas, em alguns casos, as desapropriações para a realização das obras. Há denúncias e queixas sobre falta de transparência, falta de diálogo e de negociação com as comunidades afetadas, no Rio de Janeiro e em diversas capitais.
Há denúncias também de truculência por parte dos agentes públicos.
Isso é inadmissível, Senhor Presidente, e penso que esta Casa precisa apurar essas informações, debater esse tema.
Não podemos nos omitir.
Diante desse quadro, nosso país foi objeto de um estudo das Nações Unidas, e a relatora especial daquela Organização chegou a sugerir que as desapropriações sejam interrompidas até que as autoridades garantam a devida transparência dessas negociações e ações de despejo.
Um dos problemas apontados se refere ao baixo valor das indenizações.
Ora, nós sabemos que o mercado imobiliário está aquecido em todo o Brasil, em especial nas áreas que sediarão essas competições.
Assim, o pagamento de indenizações insuficientes pode resultar em pessoas desabrigadas ou na formação de novas favelas.
Com certeza, não é esse o legado que queremos.
Não queremos que esses eventos signifiquem precarização das condições de vida da nossa população, mas sim o contrário!
Também não podemos admitir, sob qualquer pretexto, que nossos cidadãos sejam surpreendidos por retro-escavadeiras que aparecem de repente para desalojá-los, destruir suas casas, como acontece na Palestina ocupada.
E, como frisou a senhora Raquel Rolnik, relatora da ONU, “Remoções têm que ser chave a chave”. Ou seja, morador só sai quando receber a chave da casa nova.
É assim que tem que ser.
Tenho confiança de que a presidente Dilma deseja que os prazos dos preparativos para a Copa e as Olimpíadas sejam cumpridos, mas não permitirá que isso seja feito atropelando a Lei e os direitos das pessoas, comprometendo o futuro das nossas cidades. Espero que ela cuide desse tema com carinho.
É hora, Senhor Presidente, nobres colegas, de mostrarmos ao mundo que o Brasil realiza eventos extraordinários, sem faltar ao respeito com a sua população.
Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.
Galindo persiste e insiste na Agência
Novo projeto já está na Câmara de Cbá
      A manchete principal do DC na primeira página de hoje:” “O prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), encaminhou ontem à Câmara Municipal projeto criando uma nova Agência de Regulação dos Serviços de Saneamento da Capital. Diferente da primeira vez, Galindo quer resguardar toda a publicidade possível para a criação da Agência e aprovação do projeto, que prevê a concessão da Sanecap à iniciativa privada, evitando assim acusação da lei ter sido aprovada na surdina.
     A nova mensagem foi protocolada no Legislativo em regime de urgência urgentíssima, dispensando assim a passagem por todas as comissões da Casa. Caso os vereadores queiram, se o projeto foi lido hoje, a votação pode acontecer na quinta-feira. “É uma prerrogativa do prefeito de encaminhar nesse regime para ser o mais rápido possível e não ficar com tanta discussão. Discussão é após, na fase de elaboração do edital”, disse o prefeito. Sempre sorridente ( muito riso pouco sizo) o prefeito Galindo reuniu a acomodada e deligente imprensa cuiabana para dizer que novo projeto sobre a concessão da Agencia Sanecap já está na Câmara Municipal de Cuiabá. Agora é com os vereaddores. Deve-se lembrar que o que foi “acertado” não pode ser voltado atrás. E, pronto!

 A “turma da botina” começa a deixar Silval
      O jornal Diário de Cuiabá deu a seguinte notícia no dia de hoje: “O secretário de Estado do Meio Ambiente, Alexander Maia, não resistiu às pressões políticas e anunciou a saída da pasta. Ele afirmou que não pediu para deixar a função, mas que o desgaste político surgido pelo posicionamento que tem fez com que entregasse o cargo ao governador Silval Barbosa (PMDB), que aceitou. O nome do futuro secretário ainda não foi divulgado, mas, caso os acordos políticos sejam mantidos, deverá ser ligado ao Partido da República (PR).” A partir desse pedido de demissão pode-se dizer que a “turma da botina”, comandada pelo senador Blairo Maggi começa a virar a cara para o governo de Silval Barbosa, que já não anda muito bem. E vem mais pedidos de demissões.   

Carlos Chagas
Nem tudo parece perdido, no lodaçal de denúncias de corrupção em que se transformou a atividade partidária. Há sinais de reação em diversos setores. Tome-se o PMDB, hoje situado no centro do palco. Seus ministros, com exceções, sofrem para continuar ministros na medida em que seus ministérios são atingidos por petardos diários. Os dirigentes maiores buscam preservar os acusados, com Henrique Eduardo Alves, líder na Câmara, e Michel Temer, vice-presidente da República, tentando recompor estruturas postas em frangalhos.
O promissor é assistir parte das bancadas do partido insurgindo-se contra o grupo protecionista e passando a exigir que a carga podre seja jogada ao mar. São deputados jovens, em maioria, daqueles que nenhuma participação tiveram nas indicações para cargos no governo e não apresentaram emendas individuais ao orçamento pelo simples fato de não serem deputados, na Legislatura passada.
Junto com esses frutos da renovação do PMDB situam-se antigos líderes sem relacionamento maior com a cúpula, como Pedro Simon, Roberto Requião, Luís Henrique e Jarbas Vasconcelos, agrupados com alguns experientes de primeiro mandato, como Pedro Taques. Mostraram o pescoço e criaram a Frente contra a Corrupção, na qual pretendem integrar outras forças partidárias e representantes de entidades da sociedade civil. Essa onda, se crescer, tentará neutralizar a péssima imagem adquirida pelo PMDB nos últimos anos. Quem sabe?
***O FIM E OS MEIOS
A moda continua de culpar a imprensa pela turbulência verificada no quadro político atual. Cada denúncia apresentada pelos jornais, revistas e meios eletrônicos é tida pelos atingidos como solerte manobra dos adversários para atingi-los injustamente, por motivos menores. É claro que muito do material divulgado provém mesmo de adversários internos de ministros contestados em seus partidos e em seus ministérios, sem esquecer o potencial investigativo dos meios de comunicação.
A esse propósito, duas citações na História recente. Teng Xiau-Ping, na China, dizia desconsiderar a cor dos gatos, desde que comessem ratos. E Winston Churchill acentuava que se o Capeta batesse à sua porta, com seus pés de cabra, para propor uma aliança contra Hitler, ele não hesitaria em mandá-lo entrar.
Se as acusações são procedentes, importa menos a sua origem.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Carlos Chagas
Uma indagação começa a ser feita nas cúpulas dos partidos da base parlamentar do governo: que reflexos terá a presente luta contra a corrupção nas eleições municipais do ano que vem e nas eleições gerais de 2014? Presumindo-se, é claro, que a campanha não se interrompa e que a presidente Dilma não reflua.
De início, desponta uma possibilidade promissora, de que haverá mais renovação. Primeiro na escolha dos prefeitos e vereadores, depois do Congresso e das Assembléias. Os políticos tradicionais sofrerão a concorrência de gente desvinculada das práticas hoje comuns no trato da coisa pública. Haverá injustiça e precipitação por parte do eleitorado, já que nem todos os atuais detentores de mandato devem ser nivelados aos vigaristas. Na crista da onda moralizante, porém, uns e outros poderão ser confundidos. É possível que os índices de renovação cresçam bastante.
O teste da disputa pelas prefeituras, em especial das capitais, deverá ser decisivo, capaz de prejudicar lideranças tradicionais. Quem se apresentar em nome da mudança de costumes levará vantagem. Os partidos sabem disso e já estarão tratando de buscar alternativas.
É cedo para maiores projeções, ninguém garante que a luta contra a corrupção se estenderá até 2012 e 2014, mas não será por falta de corruptos nem de corruptores…
MAIS UM?
Grave mesmo foi a denúncia contra o ministro das Cidades, Mário Negromonte, feita pela revista Veja. Conforme a publicação, deputados da bancada do PP estariam sendo convidados a apoiar o grupo do ministro, numa disputa interna, mediante um novo mensalão de 30 mil reais. Os convites seriam feitos numa sala ao lado do gabinete ministerial, por outros deputados do partido.
Só um desmentido não basta para encerrar a questão. Cabe ao presidente do PP, senador Francisco Dornelles, abrir inquérito no âmbito partidário, ouvindo os 41 deputados. Se verdadeira a informação, não será difícil investigar de onde vem os recursos para mais essa lambança. Dinheiro público ou, mais provavelmente, dinheiro privado, de empresas contratadas pelo ministério? Silenciar é que não dá.

sábado, 20 de agosto de 2011

Por GUILHERME BOULOS*
As primeiras reações à escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo 2014 foram de festa.
De certo modo justificada: depois de mais de 60 anos, o país que tem o futebol como uma marca de cultura popular, com centenas de milhares de campos de várzea espalhados por todos os cantos, poderia voltar a ver de perto o maior evento futebolístico do planeta.
O menino da favela poderia, quem sabe, ir ao estádio ver seus maiores ídolos, que costumam se exibir apenas nos campos europeus. Um sonho…
Que não tardou muito em gerar desilusão.
De início, apareceu o incômodo problema de quem iria pagar a conta.
E veio a resposta, ainda mais incômoda, de que 98,5% do gordo orçamento do evento seriam financiados com dinheiro público, segundo estudo do TCU.
Boa parte do BNDES, é verdade.
Mas o capital do BNDES é alimentado pelo Orçamento Geral da União, portanto, dinheiro público, apesar dos malabarismos explicativos do Ministro dos Esportes.
Dinheiro que deveria ser investido no SUS, na educação, em habitação popular e tantos outros gargalos mais urgentes do país.
A questão torna-se ainda mais grave quando, motivado pelo argumento do tempo curto até 2014, o controle público dos gastos corre sério risco.
A FIFA impõe contratos milionários com patrocinadores privados. E o presidente do todo-poderoso Comitê Local é ninguém menos que Ricardo Teixeira, que dispensa comentários quanto à lisura e honestidade no trato com dinheiro.
Estes temas têm sido amplamente tratados pela grande imprensa.
No entanto, há uma outra dimensão do problema, infelizmente pouco abordada. E não menos grave.
Trata-se das consequências profundamente excludentes dos investimentos da Copa nas 12 cidades que a abrigarão.
Três anos antes da bola rolar, esta Copa já definiu os perdedores. E serão muitos, centenas de milhares de famílias afetadas direta ou indiretamente pelas obras.
Somente com despejos e remoções forçadas já há um número de 70 mil famílias afetadas, segundo dossiê de março deste ano produzido pela Relatora do Direito à Moradia na ONU, Raquel Rolnik.
E estes dados foram obtidos unicamente através de denúncias de comunidades e movimentos populares.
O que significa que os números tendem a ser muito maiores.
*Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), militante da Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos e da CSP Conlutas (Central Sindical e Popular).
ESTÁDIOS SUPÉRFLUOS
Entraram na moda os estádios de futebol, sendo reconstruídos e aprimorados. Bilhões se destinam às obras aceleradas, visando mais conforto para os usuários. Caso não houvesse outras prioridades, seria até louvável assistir toda essa movimentação. O que fica sem resposta, porém, é sobre o que fazer com os super-estádios nos dias sem jogos, a grande maioria do ano.
Quando governador do Rio, Leonel Brizola decidiu construir o Sambódromo, substituindo os desfiles carnavalescos na Avenida Presidente Vargas. Em poucos meses erigiu o projeto de Oscar Niemeyer, mas com uma exigência: no longo período de ociosidade o Sambódromo abrigaria montes de salas de aula.
Não seria o caso de no Maracanã, Mineirão e tantos outros estádios, aproveitar-se as obras em andamento para transformá-los também em escolas, até universidades? Coisa complicada mas jamais impossível. Arquitetos não faltam para apresentar alternativas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


















Mobilizacao-contra-os-despejos-da-copa/
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e da Frente de Resistência Urbana, que reúne organizações populares de 14 estados do Brasil na luta contra a segregação nas cidades brasileiras, têm feito uma série de debates e ações em relação à Copa 2014.
E, particularmente, por conta dos despejos de comunidades periféricas que já estão ocorrendo – e se intensificarão – por causa das obras.
Por isso planejam, para o final deste mês, mais exatamente no dia 24, uma grande mobilização em Brasília, diante do Ministério dos Esportes, para denunciar o caráter excludente e o legado segregador que esta Copa já começou a produzir.
A previsão é a de reunir, pelo menos, 2 mil pessoas.
E, de fato, a maneira pela qual tem gente sendo retirada de suas casas devido às obras para a Copa e para a Olimpíada lembra, em alguns casos, o que os nazistas faziam nas residência dos judeus na Segunda Guerra Mundial.
É preciso por um paradeiro nisso e é preciso que este tipo de absurdo chegue aos ouvidos da presidência da República, o que um ato em Brasília sempre ajuda a fazer.
É Direito Humano básico o direito à moradia e a lei diz que ninguém pode ser removido de sua casa e mandado para os cafundós como está acontecendo, com indenizações, além do mais, que não permitem a aquisição de imóvel semelhante.
por Juca Kfouri às 16:26
Pedro do Coutto
Em reportagem não assinada na edição de sexta-feira 12, a Folha de São Paulo, com base no Instituto especializado Omniture, revelou ter liderado amplamente em matéria de acesos a seu site na Internet, atingindo 19,4 milhões de visitas no mês de julho. Foi o melhor resultado que obteve desde a criação do portal em 1995. Superou o de março deste ano que alcançou 18,7 milhões de visitantes. À primeira vista, os números poderiam induzir a que se pensasse que o crescimento eletrônico corresponderia a um declínio do jornal impresso.
Nada disso. No primeiro semestre de 2011, de acordo com insuspeita matéria publicada pelo seu principal concorrente, O Estado de São Paulo, texto assinado pela repórter Marili Ribeiro, a FSP teve sua circulação aumentada em 5% em relação a igual período do ano passado. Totalizou, em números redondos, a média de 305 mil exemplares por dia. Quer dizer: a evolução deu-se por igual nas telas dos computadores, de um lado, e nas bancas e assinaturas, de outro. Convergência nítida que destrói argumento certa vez colocada pelo publicitário Nizan Guanaes, de que sempre um novo instrumento destrói o anterior. Essa não.
Tal fenômeno jamais ocorreu ao longo da história.
A galáxia de Gutemberg, em torno de 1450, não destruiu o livro. Pelo contrário. Os jornais transformaram-se em principal meio da divulgação da literatura. Quatrocentos anos depois, mais ou menos, o rádio não destruiu os jornais. Há 160 anos, surgiu a fotografia. Cinquenta anos depois o cinema. As imagens em movimento não destruíram a fotografia estática. Em 1934, apareceu a televisão. Não destruiu o cinema. Ao contrário: tornou os filmes muito mais assistidos no mundo. Não se pode comparar o público dos cinemas com as multidões em suas casas diante da televisão. A única arte que focaliza o comportamento humano – como dizia o jornalista José Lino Grunewald – , o cinema ganhou uma nova dimensão coletiva.
As 5 tecnologias avançam, o que fica para trás na estrada do tempo se eterniza. O cinema e a fotografia, os traços de Niemeyer, projetados em espaços sem limites ou molduras, por exemplo, não superam Michelangelo, Da Vinci, nem Rafael, Botticelli, Picasso ou Salvador Dali. Convivem com as criações destes todos na história. O Cristo crucificado, de Dali, tela vertical, a partir de sua cabeça, é a maior iluminação de uma tela de todos os tempos. Está em Veneza, mostra permanente em casa de arte que leva seu nome, à margem do grande canal.
Os jornais também convivem com os navegantes da Internet. Não são mais as caravelas de Sagres com Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Colombo, Cabral que cortam os espaços pelas águas revoltas. Agora, pelas ondas elétricas, são as teclas mágicas da informática. Mas a memória universal não esquece o que veio antes.
Como os hábitos de hoje não esquecem os jornais de papel e tinta. Tanto assim, recorro à Folha de São Paulo de 28 de julho de 2010, que de 2009 para o ano passado, a circulação dos 94 principais jornais do país cresceu 2%. Ao ano, a população aumenta 1,2%. E no primeiro semestre deste ano, o crescimento foi de 5% relativamente ao igual período de 2010. Circulam diariamente 4,4 milhões de exemplares. Considerando só aqueles 94 títulos. Em todo o Brasil existem mais de 900 jornais

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tudo combinado, nada acertado, mas muito conversado, em gabinete fechado, o prefeito de Várzea Grande em exercício, Tião da Zaeli (sem partido), promete iniciar em 30 dias discussão para conceder à iniciativa privada os serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto. Pelo menos o “golpe” deve ser dado ao conhecimento público e bem explicado, diferente do que Galindo e alguns vereadores tentaram aplicar, em Cuiabá. Vamos acompanhar o correr da água no DAE, em Várzea Grande.
Dilma, corrupção e ossos do ofício
Pois é, o Correio Brasiliense desta quarta traz ssa manchete.  “Para a presidente da República, o real desafio consiste em defender os interesses do país, muito mais do que solucionar crises na Esplanada. “Meu maior objetivo é desenvolver o país e distribuir renda. O resto, faço por ossos do ofício”, afirmou Dilma Rousseff, após cerimônia de promoção de militares, antes subordinados ao ministro boquirroto Nelson Jobim.



MPE planeja fabricar trens de monotrilho.
Será que tem a ver com o VLT?
Essa é a manchete de primeira página do Valor Econômico. “O grupo brasileiro MPE e a Scomi, da Malásia, estão apostando na produção de trens para monotrilho no Brasil. Juntas, as duas empresas vão construir fábrica no Rio para produzir 24 trens, parte de um contrato de R$ 1,35 bilhão para a linha 17 do Metrô de São Paulo, a ser construído em monotrilho. Trata-se de um sistema de transporte de massa que circula em vias elevadas, com carros movidos a propulsão elétrica sobre pneus de borracha.
No contrato para a linha 17 do Metrô, serão produzidos um total de 72 carros. Cada trem é formado três carros e pode transportar até 400 passageiros, disse Adagir Abreu Filho, diretor da MPE Montagens e Projetos Especiais.
Carlos Chagas
Dos 81 senadores, só 9 se comprometeram a integrar a Frente Nacional contra a Corrupção, liderada por Pedro Simon, formalizada segunda-feira. Jamais se viu burrice tão grande quanto a manifestada pelos outros 72. Porque agora serão tidos como membros da Frente Nacional pró-Corrupção. Bastaria terem aderido na hora. Como resultado, tomariam do senador gaúcho a liderança do movimento e poderiam conduzir o processo como bem entendessem, quem sabe indicando Renan Calheiros ou Romero Jucá como dirigentes maiores …
Faltou massa encefálica no Senado. Poderiam ter-se lembrado de episódio acontecido em Minas, logo que Tancredo Neves foi eleito governador, em 1983. Secretário de Planejamento, Ronaldo Costa Couto procurou Tancredo para transmitir uma péssima notícia: parte da bancada mineira na Câmara havia assinado proposta para a criação do Estado do Triângulo, separando-se das Gerais. Em vez de ficar preocupado, o novo governador riu maliciosamente e disse estar resolvido o problema. Como? “Ora, no dia seguinte à aprovação do projeto, nós pedimos para aderir…”
Mesmo minoritário e impotente, o grupo recém-formado vai dar trabalho. Quando cada um de seus integrantes ocupar a tribuna para apoiar a presidente Dilma e a campanha contra a corrupção, o que farão os 72? Não poderão retirar-se do plenário, como fizeram há dois dias. Muito menos pedir apartes para enaltecer a corrupção. O silêncio, terceira opção, será tão cruel como as duas anteriores. Bem feito!
Quanto a esperar consequências do Exército Brancaleone que acaba de se constituir, é outra história. Nada de concreto sobrevirá de sua retórica. Nem a CPI se formará, muito menos será desmanchado o clima de má vontade das bancadas governistas diante da presidente Dilma, se ela persistir na prática de afastar corruptos e até de demitir ministros envolvidos nas denúncias de irregularidades nos setores a eles entregues. Mesmo correndo o risco de vir a ser tida como a Segunda-Feira dos Sonhos Impossíveis, valeu a recente sessão do Senado.
Para ficar registrado esse instante em que um raio fugaz iluminou o Congresso, vai o nome dos 9 senadores que se opuseram à corrupção: Pedro Simon, Cristóvam Buarque, Paulo Taques, Randofe Rodrigues, Jarbas Vasconcelos, Ricardo Ferraço, Ciro Miranda, Ana Amélia e Eduardo Suplicy.
VELHO MUNDO NOVO
Nem haverá que duvidar de estar a violência em franca ascensão, entre nós. Talvez só perca para a corrupção. Basta atentar para o noticiário apresentado nas telinhas, de manhã, de tarde, à noite e até de madrugada. Nossos telejornais dedicam cada vez mais tempo a assassinatos, estupros, sequestros, assaltos, roubos, contrabando e tráfico de drogas. Muito mais do que informações a respeito de políticas públicas, desempenho dos governos, vazios sociais e crises econômicas.
Mesmo a falência dos sistemas de educação e saúde perde para o sangue que espirra dos cada vez mais sofisticados aparelhos de TV. Não há nada a opor ao conteúdo jornalístico oferecido à população, em especial por dar audiência e reverter em publicidade, mas, convenhamos, o Brasil não é só isso.
BOM DIA GOVERNADOR
     No seu programa Bom Dia Mato Grosso desta quarta-feira o governador Silval Barbosa falou do “trabalho”que o seu governo está fazendo na área de segurança. Como sempre, ele não deu segurança ao ouvinte do que falou. Falta segurança no Ssilval para governar.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dilma veta aumento real já acertado para aposentados
     Segundo  notícia divulgada pelo jornal O Globo, “A presidente Dilma Rousseff que passou por cima do acordo entre a base aliada e a oposição e vetou artigo da lei do Orçamento que garantia aumento real (superior à inflação) em 2012 para os aposentados com pensões acima de um salário mínimo. Com o veto, eles só deverão ter o reajuste correspondente à inflação, como determina a legislação atual. O governo alega que não tem como calcular os recursos necessários para cumprir o acordo. Dilma vetou pontos que limitavam gastos públicos e impediam que despesas crescessem acima dos investimentos. Com as medidas, Dilma sinaliza que o Orçamento de 2012 será de arrocho nos gastos e que o governo pretende ter controle mais rígido sobre os cortes e as áreas que serão ou não poupadas. Ao todo, foram 32 vetos - um recorde. A oposição considerou um desrespeito ao Congresso a quantidade inédita de vetos e ameaça obstruir sessões de interesse do governo até que eles sejam postos em votação.

Carlos Newton
O ministro Orlando Silva (Esporte) quase foi demitido, em fevereiro, quando surgiram denúncias irrefutáveis contra ele, mas foi salvo pelo então chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que à época mandava no governo e apenas lhe passou uma reprimenda, porque o ministro nada mais fazia do que se comportar com os outros, que beneficiam ONGs ligadas a eles ou à base aliada. Era e é praxe administrativa, digamos assim, e foi por isso que Carlos Lupi (Trabalho), denunciado na mesma, época também foi apenas repreendido.
As denúncias contra Orlando Silva, que representa o PCdoB no governo, foram feitas pelo jornal “Estado de S. Paulo”, mostrando que um projeto do Ministério do Esporte que distribuiu R$ 30 milhões a ONGs de dirigentes e aliados do partido, só em 2010. A reportagem do Estadão percorreu núcleos esportivos em Brasília, Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina, flagrando convênios com entidades de fachada, situações precárias e de abandono, uma grande farra do boi com recursos públicos, mostrando que já não se podia confiar nem mesmo nos comunistas.
As denúncias de favorecimento ao PCdoB são gravíssimas. Tudo comprovado e sem refutação, porque as verbas do programa Segundo Tempo deveriam ser usadas para criar 590 núcleos de prática esportiva e beneficiar 60 mil crianças carentes. Mas era quase tudo só no papel.
No Piauí, por exemplo, a logomarca do programa Segundo Tempo, aparece estampada em muros de núcleos improvisados com tijolos e bambus. Alguns desses núcleos estão abandonados, cheios de detritos, mas têm algo em comum: apesar da precariedade, são controlados pela Federação das Associações dos Moradores do Piauí (Famepi), subordinada ao PCdoB.
Esta ONG fraudadora tem um contrato de R$ 4,2 milhões com o governo federal, sem licitação, para montar 126 núcleos e beneficiar 12 mil crianças. Seu presidente é Raimundo Mendes da Rocha, dirigente do PCdoB no Piauí. Pelo menos nove integrantes da direção da federação fazem parte do comando regional do partido.
Em Teresina (PI), no lugar de uma quadra poliesportiva, os jovens usam um matagal, onde eles próprios abriram um espaço para jogar futebol e vôlei. Do lado de fora, no muro do terreno, a logomarca do Segundo Tempo anuncia que ali existiria um núcleo do programa. O local é um dos espaços cadastrados pela entidade que já recebeu R$ 4,2 milhões para cuidar do projeto. Todos os seus dirigentes, é bom lembrar, são do PCdoB.
Em Goiás, onde deveria estar instalado um núcleo cadastrado na cidade do Novo Gama, por exemplo, o que existe é apenas um terreno baldio. Cerca de 2,2 mil crianças deixaram de ser assistidas na cidade por uma entidade-fantasma sem fins lucrativos. No Novo Gama, embora o programa Segundo Tempo seja só promessa, na última campanha eleitoral o projeto foi usado como realidade pelo vice-presidente do PCdoB do DF, Apolinário Rebelo. O mesmo ocorreu na Ceilândia (DF).
Em Santa Catarina, lideranças de comunidades carentes criticaram a intermediação do Instituto Contato (dirigido pelo PCdoB) no programa Segundo Tempo e anunciaram que abriram mão do projeto. Aulas de tênis eram dadas na calçada, com raquetes de plástico.
O pior é que o Ministério do Esporte publicou agora em janeiro um convênio de R$ 16 milhões do Programa Segundo Tempo com o Instituto Contato, que não havia cumprido o prazo de convênio anterior com o próprio ministério para cuidar do mesmo projeto.
Presidido por Rui de Oliveira – por coincidência, filiado ao PCdoB –, o Instituto Contato teve seu contrato rescindido em dezembro, segundo decisão do ministério publicada no Diário Oficial da União, “tendo em vista o não cumprimento do objeto pactuado, quanto à realização das atividades constantes no Plano de Trabalho, e o não cumprimento das metas físicas e financeiras previstas no Plano de Aplicação”. Mesmo assim, depois disso recebeu mais R$ 16 milhões, sabe-se lá por quê.
Mas a campeã de recursos do governo é a ONG Bola Pra Frente, dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues, vereadora de Jaguariúna (SP) pelo PCdoB. Desde 2004, R$ 28 milhões já foram repassados à entidade.
Na época em que surgiram as denúncias, escrevemos aqui no blog: “Vamos torcer para a presidente Dilma mostrar a que veio e soltar a Polícia Federal em cima desses estelionatários travestidos de comunistas. Pobre Karl Marx. Se o genial pensador alemão soubesse o que fariam em seu nome, certamente teria se dedicado ao paisagismo”. E indagamos:
Diante dessa realidade, como o ministro Orlando Silva conseguirá se explicar no Planalto? Se for mantido, isso significará que podemos dar adeus às ilusões e considerar o governo como uma simples formação de quadrilha (qualquer grupo criminoso integrado por mais de três meliantes, segundo o Código Penal)”.
Como se vê, em fevereiro, já existiam as mesmas denúncias que causaram o escândalo no Ministério do Turismo, mas ninguém fez nada. Orlando Silva e Carlos Lupi foram mantidos, porque simplesmente estavam agindo dentro das práticas habituais do governo, de favorecer ONGs ligadas aos partidos da base aliada e também a parentes e amigos, é claro.
E para se livrar das gravísimas denúncias, o ministro do Esporte teve uma idéia genial, que aprendeu com Erenice Guerra, outra especialista em corrupção e tráfico de influência: criou um grupo de trabalho. Poderia ter criado uma comissão, mas ficou com medo de ser mal entendido e dar margem à dupla interpretação, pois poderiam dizer que era ele quem levava a tal comissão. Como todos sabe, a verdadeira comsisão, a que interessa, já está garantida. É a comissão pelas obras da Copa, acertada diretamente com Ricardo Teixeira, o dono da CBF e dono da bola, digamos assim

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Os secretários “despreparados”
Bezerra também acredita em “secretários despreparados”, mas não fala da sua esposa que ocupa a Secretaria de Turismo. As críticas, inicialmente, partiram dos deputados estaduais, principalmente, porque eles não estyaria recebendo respostas de alguns secretários ou não sendo sequer recebidos. É mais uma questão pessoal de análise, verdadeiramente, crítica. Coisas da política e de certos políticos. E com isso o governo de Silval se desgasta aos poucos.
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     Para quem não sabe, o governador Silval Barbosa sempre foi a favor do VLT desde criancinha. Ele apenas se enganou quando apoiava a idéia do BRT. Taí José riva e Eder Moraes que não me deixa mentir. A turma do VLT está investindo pesado na camppanha para fazer a cabeça do povo em favor do VLT. Distribuindo panfletos e camisetas caras. As camisetas, principalmente, para gatinhas promocionais. Por que tanto interesse assim? Eu não sei %%%%%$$$$
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Água de beber?
     O jornal O Estado de Minas divulga na edição de hoje a primeira de uma série de reportagens sopbre a questão da falta de água em alguns municipios do Estado. Taí um bom exemplo para o governo de Galindo ou Galinho seguir.
     Durante uma semana, o Estado de Minas percorreu 23 comunidades rurais em nove municípios do semiárido mineiro, no Norte do estado e vales do Jequitinhonha e Mucuri, e mostra, de hoje a domingo, o drama das pessoas que não têm acesso a água tratada. São 827 mil domicílios sem rede de distribuição em Minas. O problema, histórico, se agrava com a degradação dos rios. O jeito é apelar para a água salobra (salgada) de poços ou dos córregos sobreviventes, contaminada por esgoto e produtos tóxicos. É com esse arremedo de água que famílias como a das irmãs Maria Aparecida Nunes Silva e Maria das Dores têm de se virar para beber, cozinhar, tomar banho e lavar roupa. Sob o risco de diarreias, verminoses, hepatite, cólera e leptospirose, entre outras doenças.
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Denuncismo contra moralismo
Vários dos principais órgãos da imprensa brasileira adotaram ultimamente o sensacionalismo, em prejuízo de seu papel fundamental de fonte informativa dotada de credibilidade.
     Nessa linha, está caracterizado um exacerbado denuncismo, com farta exploração de insinuações e suspeitas que recaem sobre agentes públicos, que estariam praticando corrupção de várias espécies, fraudando licitações, contratando maliciosamente a execução de grandes obras públicas ou a realização de grandes serviços, recebendo propina e colaborando para o aumento ilegal e injustificado dos custos, tudo isso em prejuízo da moralidade pública e onerando ainda mais os contribuintes, que pagam pela realização das obras e pela execução dos serviços.
Nesse contexto, existe um ponto que merece especial referência e é bastante expressivo, para que se percebam claramente as distorções contidas nesse denuncismo. Em primeiro lugar, a grande imprensa criou o paradoxo do corrupto sem corruptor. Com efeito, a grande corrupção assim denunciada, que envolve muito dinheiro público, está ligada à realização de grande obras ou à execução de serviços de muita amplitude, que implicam, obviamente, custos muito elevados e assim dão oportunidade a práticas de corrupção muito rendosas. Mas, se existe o agente público que se deixou corromper, é mais do que óbvio que, atuando junto com ele, existe o corruptor, que é a grande empresa interessada na obtenção dos contratos, que por envolverem muito dinheiro já seriam por isso mesmo muito atraentes, mas que se tornam ainda mais vantajosos pela fraude na licitação, pelo acréscimo irregular dos custos, como também, muito frequentemente, pela possibilidade de fugir ao controle sobre a qualidade das obras e dos serviços.
Isso tudo está implícito na afirmação de que houve corrupção, mas até agora não apareceu qualquer acusação a uma grande empresa ou aos seus dirigentes. De vez em quando é mencionada alguma pequena empresa que seria participante de um esquema de corrupção. Mas até agora não houve um só caso em que fossem apontados como corruptos os dirigentes das grandes empresas contratantes de obras e serviços públicos e beneficiárias de favorecimento ilegal. Os agentes públicos que tiverem algum envolvimento com práticas de corrupção, ou que simplesmente forem suspeitos de alguma dessas práticas, são minuciosamente identificados e quando são detidos ou levados a depor numa repartição policial são fotografados e indicados à execração pública. E mesmo que existam apenas suspeitas ou denúncias ainda não comprovadas a grande imprensa explora escandalosamente os fatos, na mais primária linguagem denuncista, procurando criar a imagem de que essa mesma grande imprensa está vigilante na defesa da moralidade pública.
Além de ser injusto esse procedimento, privilegiando nas denúncias os agentes públicos, que seriam os corruptos, e cobrindo com o manto do silêncio os grandes corruptores do setor privado, sem cuja participação a corrupção não ocorreria, tem existido muita leviandade nas denúncias, apresentando-se suspeitas ou insinuações como se fossem fatos comprovados. Mas é ingênuo pensar que as distorções desse denuncismo não são percebidas, estando evidente a existência de “corruptores amigos” que ficam sempre resguardados. E isso tudo vem acarretando, como seria inevitável, a perda de credibilidade da imprensa denunciante, pois muitos já perceberam que sua postura, que pretende ser vista como expressão de uma cruzada moralista, na realidade preserva os principais agentes e beneficiários da corrupção. A moralidade no setor público é absolutamente necessária, e todos os que atentam contra ela devem ser punidos, mas para isso não contribui o denuncismo leviano e seletivo. (Dalmo de Abreu Dallari é jurista)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Competência ou desleixo?
     Outro dia o deputado estadual José Riva “escreveu”um comentário tentando explicar os motivos “que me levaram a trilhar na área política”. E diz que um deles foi “o descaso em que vive a população, especialmente, a menos favorecida. Nesses anos todos tive a oportunidade de vivenciar problemas relacionados às esferas municipal, estadual e federal. E olha que já se vão 30 anos, e os problemas continuam a afligir a nossa gente. A tão propalada falta de eficiência nos serviços públicos e essenciais: Saúde, Educação, Segurança Pública e Infraestrutura”.
     E vai mais longe no seu comentário: “Esse questionamento posso fazer com ganho de causa, pois conheço muito bem Mato Grosso, onde faço questão de percorrer semanalmente vários municípios para constatar a realidade. Mas, afinal de quem é a culpa? Do município, do estado ou do Governo Federal?
     Ora, senhor deputado José Riva; fácil de saber de quem é a culpa! Basta olhar para si mesmo e, para a maioria dos políticos comoprometidos com interesses pessoais. E o povo que se dane.....Engane-me que eu gosto.....  
O Instituto Verificador de Circulação, que mede as vendas dos jornais do país, tanto nas bancas quanto através de assinaturas, revelou – O Estado de São Paulo de domingo 24, reportagem de Marili Robeiro – que no primeiro semestre deste ano eles cresceram 4% em relação ao volume de igual período de 2010. O que representa – acrescento eu – avanço de três vezes mais que o aumento da população entre um período e outro. Logo, o hábito de ler jornal avançou em termos reais. A população brasileira cresce a uma velocidade anual de 1,3%, de acordo com o IBGE. A taxa de nascimentos atinge 1,9 e a da mortalidade 0,6%. O presidente do IVC, Pedro Martins Silva, destaca a importância informativa da expansão do mercado de leitura.
O jornal de maior circulação no país é a Folha de São Paulo, média diária de 305 mil exemplares. Suas vendas cresceram 5% em doze meses. Mas o Estado de São Paulo, cujas vendas atingem 253 mil exemplares, entretanto foi o que mais cresceu percentualmente no primeiro semestre de 2011 em relação aos primeiros seis meses do ano passado: 9,4%.
São, a meu ver, muito importantes os dados obtidos e divulgados pelo Instituto Verificador de Circulação. O IVC destrói a tese de que, com a Internet, a circulação dos jornais diminuiria. Ao contrário: aumentou. E não só agora. Já havia crescido ouros 4% no confronto entre o primeiro semestre de 2009 e o primeiro semestre de 2010. O movimento para cima, portanto, parece indicar uma tendência firme e constante.
É natural. Pois à medida em que se amplia o acesso à Internet, desencadeia-se paralelamente uma busca mais intensa no sentido da informação e principalmente da opinião e da análise, aspectos que a Internet não aprofunda tanto quanto os jornais. Eis aí a diferença essencial entre a tela mágica e a página impressa. A tela é para ver. A página para ler.
O que não significa que a Internet seja menos importante. É igualmente importante. E leva vantagem total quando se trata de pesquisar e obter resultados esperados. A rapidez é impressionante, a eficiência também.
Entretanto, na comparação, surge uma outra diferença igualmente decisiva: na Internet, quem navega parte em busca de respostas que deseja obter. Segue uma espécie de roteiro de viagem. Nos jornais, os leitores se deparam, todos os dias, com fatos que eles não estavam esperando e procurando. E, por isso, se surpreendem. Este fator surpresa é uma das essências mais fortes do jornalismo de papel, portanto do jornalismo impresso.
O levantamento do IVC não incluiu – pelo menos Marili Ribeiro não citou – dados sobre a circulação das revistas semanais, com Veja disparado à frente, seguida pela Época. Se o IVC tivesse pesquisado esse segmento, certamente a imprensa de papel apresentaria número de leitores ainda mais elevado. Falei em número de leitores, agora, e não em exemplares. Isso porque o número de leitores, no Brasil, em média, é 3,5 vezes maior que o da circulação de exemplares. Ou seja: cada jornal é lido, em média, por mais de três pessoas. Portanto, considerem esta face da questão, que é fundamental.
O IVC apresentou a relação dos jornais de maior circulação: Folha de São Paulo (305 mil), Super Notícia, jornal popular de Minas Gerais (302 mil), O Globo (264), O Estado de São Paulo(253), Extra (235), Zero Hora de Porto Alegre (187 mil), Diário Gaucho (163), Meia Hora, editado pelo O Dia (153 mil), Correio do Povo do RS (152). Como se constata, na linha popular do RJ, o Extra (Globo) derrota amplamente O Dia. Mas o Meia Hora, de O Dia, vence fácil a disputa com o Expresso, outro produto Globo. Vamos guardar todos esses números para compará-los com os que forem publicados sobre o panorama no primeiro semestre do ano que vem. O IVC considerou apenas os 98 principais títulos jornalísticos do país. Existem mais de 900 jornais menores (Pedro Couto