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sábado, 18 de junho de 2011

BRINCADEIRA CARA
     Se existe algo de valor elevado no mercado, sem dúvida que as brincadeiras estão entre as dez primeiras colocadas.
     Tenho uma vaga idéia dos reais pagos por um amigo meu para brincar com um velho e bem aposentado "espiquer" de rádio.
     Dia desses, aquele meu amigo, de brincadeira, pintou externamente o restaurante-boteco do "espiquer". Na calada da noite comandou a operação pintura rosa. Pela manhã, ao sair para trabalhar, o "espiquer" – que é estagiário de uma emissora de rádio -, e mora em uma casa em frente ao boteco, nem percebeu a novidade. Mais tarde, quando sua mulher saiu para as compras, reparou que o restaurante havia sido totalmente pintado de rosa choque. Ela foi à polícia e exigiu que refizessem a pintura original. Brincadeirinha cara esta! Apesar de muito divertida.
     Existem centenas de brincadeiras que são feitas diariamente aqui nesta terrinha, mas só para a turma que aprecia o humor e tem grana.
     No Brasil, coisas sérias parecem brincadeiras em Cuiabá. O nosso Ministério da Educação criou o Kit Escola Sem Homofobia, que acabou vetado pela presidente, após ouvir conselhos da bancada evangélica no Congresso Nacional.
     O nosso Congresso é segmentado, e defende interesses dos grupos que representam, mas não defende o Brasil. O Kit Escola Sem Homofobia, criado em um país que está na rabeira dos países de péssima educação, onde grande parte dos alunos termina o primeiro grau sem saber escrever o próprio nome, e muito menos realizar as quatro operações básicas de matemática, é uma brincadeira de muito mal gosto.
     Ele era composto por uma cartilha e três vídeos, e seria distribuído nas escolas públicas para crianças a partir de onze anos. Esta brincadeira do MEC custou ao pagador de  impostos a bagatela de R$ 1.9 milhão!
     As brincadeiras do governo, geralmente, são caríssimas, e o contribuinte brasileiro é quem paga.
     Outra brincadeira recém lançada, tem o pomposo título de Copa Limpa. É um projeto anticorrupção, para fiscalizar a tradicional promiscuidade entre o público e o privado, tão bem instituído neste país. O governo irá gastar um montão de dinheiro com consultorias, e fica tudo legal.
     Enquanto isso, só de brincadeira, o MEC avisa que, para os cursos de formação de professores no Brasil, existem 76 mil vagas sobrando. Também não temos candidatos aos cursos de formação continuada. Haja brincadeira com o nosso dinheiro!
     O meu amigo é muito brincalhão, mas paga do seu bolso as suas traquinagens. O governo, entretanto, é mais brincalhão ainda, mas somos nós quem pagamos, e caro, pelas suas peraltagens. (Gabriel Novis Neves)
Carlos Chagas
     O PT parece que pretende emancipar-se, ou, como certos garotões da classe média alta, contesta o pai mas não sai de casa. Continua vivendo às expensas da família e até exige mesada maior. Assim está se comportando a bancada do partido na Câmara, provocando Dilma Rousseff e ameaçando votar contra os interesses do governo, ainda que de goela aberta para receber nomeações. Esse modelo singular também vem sendo seguido pelo primo nem tão pobre assim do PT, no caso, o PMDB, cujos líderes participaram do ultimato dado à presidente, de quinze dias para atender seus reclamos fisiológicos, sob pena de começarem a derrotar projetos de interesse do palácio do Planalto.
     Só o ex-presidente Lula poderia dar um jeito no conflito, mas, por enquanto, lavou as mãos. Desinteressou-se. O resultado é que o PT continua demonstrando rebeldia, tanto quanto soberba. Os companheiros deveriam saber que sem o guarda-chuva do poder público, onde se abrigaram por oito anos, correm o risco de voltar a ser uma legenda pequena. Já se delineia no horizonte a eleição municipal do próximo ano.
     Sem alinhamento com o atual governo E carecendo do empenho do chefe do anterior, os petistas poderão perder nas principais capitais. Só farão os prefeitos do Rio, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e outras grandes capitais, caso contem com o apoio de Dilma e do Lula nos palanques. Se batem de frente com ela e se despertam a indiferença dele, a consequência será a derrota.
     Não está sendo fácil, porém, convencer o garotão a submeter-se ao pai ou, então, cair no mundo por sua conta e risco, procurando um emprego.

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