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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ministro dos transportes com o cargo por um fio
Pagot, do Dnit, não aceita seu afastamento
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Saúde perde R$ 12 bi por maquiagem de Estados
Levantamento mostra que contas incluem até despesas com a polícia
Os Estados maquiaram seus gastos com saúde em R$ 11,6 bilhões entre 2004 e 2008, segundo levantamento do governo. O artifício foi usado para cumprir a emenda 29 da Constituição, que obriga a gastar 12% na área.
Despesas com Previdência, polícia e saneamento foram contabilizadas na rubrica saúde. O valor equivale a 10% do gasto declarado no período (R$ 115 bilhões).
Minas é o campeão dos gastos inflados na lista. Dos R$ 2,7 bilhões declarados, R$ 835,4 milhões foram desconsiderados. O governo mineiro diz seguir a lei. Secretário do Rio Grande do Sul, segundo no ranking, confirma a maquiagem.
Parlamentares querem especificar o que é gasto em saúde, mas o governo resiste por temer que terá de elevar os repasses.
Ministro dos transportes com o cargo por um fio
Alfredo Nascimento tem reunião decisiva hoje com a presidente Dilma Rousseff para definir se permanece na pasta. Esse é o primeiro encontro depois que dois assessores e dois chefes de autarquias ligadas ao ministério foram afastados sob suspeita de superfaturamento e cobrança de propina em obras do PAC. Pagot, do Dnit, não aceita seu afastamento, decidido pelo ministro dos Transportes
Carlos Chagas
Desmantelada pela presidente Dilma a quadrilha que atuava no ministério dos Transportes, o ultimo capítulo está para ser encenado, se é que não foi ontem, às 17 horas, quando o ministro Alfredo Nascimento viu-se convocado ao palácio da Alvorada, certamente para ser demitido ou ganhar algumas horas para pedir demissão. Ele havia faltado ao encontro do dia 24, quando Dilma desmascarou os bandidos que superfaturavam consultorias e obras de implantação e manutenção de rodovias e ferrovias, mancomunados com empreiteiras variadas.
De qualquer forma, Nascimento não é mais ministro, assim como o deputado Waldemar da Costa Neto, o chefe da quadrilha, não tem mais gabinete no ministério, de onde, sem ser funcionário, comandava o esquema de corrupção na base de 4 ou 5% de comissão escoados para os cofres do Partido da República ou para o bolso do parlamentar.
Arcabuzados já foram Luiz Antônio Pagot, diretor-geral do DNIT, Mauro Barbosa, chefe de gabinete do ministro, José Francisco das Neves, da Valec, e Luiz Tito, arrecadador geral. Melhor assim, pois Dilma Rousseff agiu com rapidez diante das evidências da roubalheira, ainda que duas ações complementares se façam urgentes: botar os ladrões na cadeia, de preferência algemados, e identificar empresas e empresários envolvidos no pagamento de propina para declara-los inidôneos pelo resto da vida.
Trata-se do primeiro escândalo de vulto registrado no atual governo e a reação da presidente da República não deixa dúvidas de que ela está mais para Itamar Franco do que para Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva. Sem contemporizar, ao primeiro sinal de denúncia afasta todo mundo.

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