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terça-feira, 12 de julho de 2011

Carlos Newton
Quem tinha razão sobre o depoimento de Luiz Antonio Pagot, diretor em férias do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), era o comentarista Luis Fernando, do Rio de Janeiro, que previu: “Sinceramente não vejo motivos para suspense, vai ser aquela ladainha de sempre, eu só falo em juízo,eu não sabia de nada e blá blá blá!!!!!!!!”
Realmente, não deu outra coisa. No fim de semana, o Planalto se acertou com Pagot, e tudo acabou em pizza. Ele fez apenas uma apaixonada e comovente defesa do Dnit, o órgão mais corrupto do país, desde quando se chamada DNER. Mudaram o nome, mas esqueceram de mudar as práticas administrativas ilegais.
“Ele nunca me exigiu nem pediu nada”, disse Pagot sobre o ministro Paulo Bernardo, mudando as antigas versões. Em seguinda, perguntado sobre a mudança de escopo (faixa de custo) das obras pelo senador Blairo Maggi (PR-MT), Pagot responde que “as obras sofrem mudança de escopo quando a conclusão de estudos de viabilidade aponta a necessidade de alterações necessárias”.
Segundo ele, “o ideal era que só fossem licitadas as obras com projeto executivo. O que acontece é a licitação com projeto básico”. Entre os dois projetos, de acordo com Pagot, são identificados alguns problemas e ocorrem as mudanças de valor (que são sempre para mais).
Foi um depoimento impressionante, em termos de desfaçatez. “Me surpreendi de ela (presidente Dilma Rousseff) ter se admirado de algumas obras estarem acima do escopo inicial”, diz Pagot, citando uma obra do PAC que tinha um valor estimado em R$ 450 milhões e, durante o processo licitatório, subiu para R$ 850 milhões: “A diferença não é superfaturamento. O TCU e o CGU são muito ágeis. Quando a licitação está em andamento, se eles têm algum achado, imediatamente emitem um relato para nós”.
O depoimento ainda nem acabou, mas não adianta esperar alguma revelação. Pagot está mais do que dominado. Não será surpresa se for mantido no Dnit. Tudo é possível.

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