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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Cuiabá: 292 anos e alguns dias
     Um nop depiois e repeito a mesma coisa. Nada mudou. Lendo o suplemento “Cultura em Circuito”, em que vários profissionais de diferentes áreas contam histórias e estórias de e sobre Cuiabá, nos seus 291 anos,  descobri que não sou cuiabano. Não nasci aqui! Mas, tive como amigos Antonio Peteté, que adorava garotos do colégio dos padres; General Saco que tinha como telhado aquela frondosa árvore, ali na Comandante Costa, ao lado do antigo Tribunal de Justiça, esquina com a Getúlio Vargas. Também conheci Milton Cabecinha e Zaramela. Zé Ferreira, onde roubava mangas perpitóias. Vadô! Eu ia lá pra comprar banana e aproveitava para levar algumas a mais. Paiva era jogador de futebol, paraguaio e dono de um onibus. Armazem do Waldemar, na Cândido Mariano. E não sou cuiabano...

     Mas, tem nada não. Tai Xonezinho que não me deixa mentir.Ontem eu ainda lembrava de Zé Éguinha, barbeiro. Como ele adorava a sua égua. Das antigas raparigas cuiabanas que eu conheci e as admirava pela beleza, não vou falar os nomes. Graças as professoras Ana Leite, Marina, Oló, que me chamou de “cara de lata”, estou aqui, escrevendo. Tem mais algumas. Vou lembrar os nomes......... “Cara de lata”! Isso me marcou. Até hoje olho no espelho e não vejo a cara e nem a lata. Que Deus a tenha.

     E eu não sou cuiabano! E fui por ai..Pelo mundo afora. Queria fazer Direito Internacional na Universidade Patrice Lumumba, na Rússia, ganhei bolsa de estudo, mas não fui por amor a minha maezinha Nafia. E ai pensei, quem sabe,  passar alguns anos em Cuba, quem sabe Chile! De católico apostólico romano, que ajudava missa e respondia a tudo que o padre falava em latim. Ora pro nobis! Sou do tempo que no ginásio tinha matérias de latim, espanhol, frances e ingles. Tai professoras Dunga( frances), aquela que morava no Campo Dourique (ingles),a de espanhol, bonita, diziam que era filha de João Ponce, ex governador de Mato Griosso e o padre Primo, que fez eu decorar uma parte do Catalinária, em latim.

     E continuo lendo o suplemento e lembro que chupei picolé do bar do Sinfronio, mas tomei o primeiro gole de cerveja no bar do Waldomiro, na avenida Ponce, onde realizava feira todo domingo. Foi ali, num sabado, que eu beijei, forçado, a primeira rapariga. Melhor, ela me beijou. E eu fique com medo de apanhar da minha mãe quando chegasse em casa. Aliás, em falando do bar do Sinfronio, contavam na época que a mulher dele vendo uma fotografia de caminhão no jornal ,que estava de cabeça para baixo,  chamou o marido e dissse: Sinfronio, venha ver o acidente que aconteceu. ....,Contam

     E ai eu descubro que não sou cuiabano em pleno 291 anos da cidade. Bem, se não sou cuiabano, prefiro ser cidadão do mundo...e continuar andando com minha imaginação por ai, provocando guerrilhas de todos os tipos . (Jê Fernandes, jornalista, radialista, poeta, cronista, contista, conversador fiado nas horas vagas e, o que mais? Ah! Doméstico. E-mail: gntfjornal@gmail.com)-  http://www.jefernandesanotaecomenta.blogspot.com/                         

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