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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Carlos Chagas
Uma indagação começa a ser feita nas cúpulas dos partidos da base parlamentar do governo: que reflexos terá a presente luta contra a corrupção nas eleições municipais do ano que vem e nas eleições gerais de 2014? Presumindo-se, é claro, que a campanha não se interrompa e que a presidente Dilma não reflua.
De início, desponta uma possibilidade promissora, de que haverá mais renovação. Primeiro na escolha dos prefeitos e vereadores, depois do Congresso e das Assembléias. Os políticos tradicionais sofrerão a concorrência de gente desvinculada das práticas hoje comuns no trato da coisa pública. Haverá injustiça e precipitação por parte do eleitorado, já que nem todos os atuais detentores de mandato devem ser nivelados aos vigaristas. Na crista da onda moralizante, porém, uns e outros poderão ser confundidos. É possível que os índices de renovação cresçam bastante.
O teste da disputa pelas prefeituras, em especial das capitais, deverá ser decisivo, capaz de prejudicar lideranças tradicionais. Quem se apresentar em nome da mudança de costumes levará vantagem. Os partidos sabem disso e já estarão tratando de buscar alternativas.
É cedo para maiores projeções, ninguém garante que a luta contra a corrupção se estenderá até 2012 e 2014, mas não será por falta de corruptos nem de corruptores…
MAIS UM?
Grave mesmo foi a denúncia contra o ministro das Cidades, Mário Negromonte, feita pela revista Veja. Conforme a publicação, deputados da bancada do PP estariam sendo convidados a apoiar o grupo do ministro, numa disputa interna, mediante um novo mensalão de 30 mil reais. Os convites seriam feitos numa sala ao lado do gabinete ministerial, por outros deputados do partido.
Só um desmentido não basta para encerrar a questão. Cabe ao presidente do PP, senador Francisco Dornelles, abrir inquérito no âmbito partidário, ouvindo os 41 deputados. Se verdadeira a informação, não será difícil investigar de onde vem os recursos para mais essa lambança. Dinheiro público ou, mais provavelmente, dinheiro privado, de empresas contratadas pelo ministério? Silenciar é que não dá.

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