O consumo de drogas afeta a saúde física
e mental. Isso todo mundo já sabe. Agora, um novo estudo realizado por
pesquisadores da Universidade de Granada (na Espanha) e da Universidade Santo
Tomás (na Colômbia), com a colaboração de nove instituições de reabilitação de
dependentes químicos, comprovou que o uso de drogas prejudica muito a vida
sexual, especialmente a dos homens.
E, mesmo quando há abstinência, os efeitos nocivos das substâncias
permanecem por muito tempo no organismo, o que contradiz estudos anteriores
sobre o tema, afirmam os autores.
Na pesquisa, publicada na revista científica
“Journal of Sexual Medicine”, os autores avaliaram a atividade sexual de 905
homens, dos quais 550 estavam diagnosticados como dependentes em algum tipo de
droga: álcool, cocaína, heroína, maconha e speedball (heroína e cocaína). A
heroína foi a substância mais nociva para a capacidade de ereção. Esse efeito
também foi observado com o abuso no consumo de álcool.
E outra pesquisa realizada há dois anos,
pelo mesmo grupo de cientistas, com mais de 300 homens dependentes
químicos, mostrou que quase 70% deles relataram ter consumido alguma vez drogas
para ter melhor desempenho sexual. Nesses casos, eles preferiam a cocaína e o
álcool.
Os autores observaram ainda que a fase do desejo é a área do
funcionamento sexual menos prejudicada. E os consumidores de cocaína costumam
apresentar um desejo sexual alto em fases agudas de consumo.
De acordo com os investigadores, o uso de drogas também pode afetar a
atividade sexual das mulheres, mas inexistem estudos conclusivos a respeito do
assunto. Por fim, acreditam que essa pesquisa tem um papel importante no
tratamento de dependentes químicos, já que o prejuízo da atividade sexual pode
ser um fator de motivação para buscarem o tratamento e reduzir o risco de
recaídas.
Sem falar que os dependentes passam por fases em que não se lembram dos
efeitos nocivos das drogas.
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